Tratamento da má oclusão de Classe II de Angle em duas fases: avaliação da efetividade e eficácia por meio do índice PAR / Two phase treatment of Angle Class II: effectiveness and efficacy evaluation using the PAR index

OBJETIVO: Do presente estudo foi comparar o resultado do tratamento ortodôntico de pacientes portadores de má oclusão classe II, divisão 1 tratados em uma e em duas fases (tratamento precoce). METODOLOGIA: A amostra final foi constituída de forma aleatória por 72 pacientes portadores de Classe II (31 do gênero masculino e 41 do gênero feminino), tratados por seis ortodontistas da rede privada. A idade média observada foi de 11,8 (dp=2,5) e 9,58 (dp=1,6) anos para os grupos de uma (n=36) e duas fases (n=36), respectivamente. RESULTADOS: As médias dos valores cefalométricos iniciais e do valor inicial do Índice de Avaliação entre Pares ou Peer Assessment Rating (PAR) nos dois grupos foram comparados pelo teste t-Student, não havendo diferença significativa entre eles, comprovando-se sua equivalência inicial com relação à gravidade dos casos. O resultado do tratamento foi avaliado aplicando-se o PAR aos modelos de estudo iniciais e finais dos pacientes entre os grupos (p=0,647), sendo encontrada uma redução média do índice de 83 por cento e 85 por cento para o grupo de uma e duas fases, respectivamente. A média de duração de tratamento total foi de 43,1 meses para o grupo de duas fases e de 35 meses para o grupo de uma fase, sendo a diferença entre eles significativa (p=0,0158). CONCLUSÕES: A correlação entre o tempo de tratamento e a gravidade inicial do caso foi baixa, porém positiva, contudo, não foi encontrada relação entre o gênero do paciente e a duração da intervenção, com a qualidade final da mesma. Apesar do presente estudo não ter identificado diferenças significativas entre resultados médios, futuros trabalhos deveriam ter como objetivo identificar, com mais exatidão, quais os tipos de pacientes a serem de fato beneficiados por um tratamento precoce.

The aim of the present study was to compare orthodontic treatment results of Class II division 1 patients treated in one or two phases (early treatment). The sample was randomly composed by 72 Class II patients (31 males and 41 female), treated by six private orthodontists. The observed mean age was 12 (sd = 2.47) and 9.62 years old (sd= 1.51), respectively for the one phase (n=36) and the two phase treatment group (n=36). The mean initial cephalometric and PAR index values for both study groups were compared using the Student t-test, with no significant difference between them, demonstrating initial severity equivalence of the cases. The final orthodontic evaluation was done by only one calibrated operator, using the PAR index (Peer Assessment Rating) on study models. Results didn't show any statistical differences among the groups (p=0.647), with mean PAR reduction rate evaluated in 83 percent and 85 percent for one and two phase group respectively. The mean treatment time was 43.1 months for the two phase and 35 months for the one phase group (statistically significant, p=0,0158). The more severe was the case, the longer they would take to be finished, but no correlation was found between the duration of intervention, patient gender with the final quality result. Although the present study failed to show significant differences between mean orthodontic results, further studies should be carried in order to identify more accurately which are the patients that would really benefit from class II early treatment.

Classe II de Angle: Qual o melhor momento para tratar? / Angle's class II malocclusion: When is the best timing for treatment?

A maloclusão de classe II é uma discrepância esquelética que pode ser causada por uma protrusão maxilar, uma retrusão mandibular ou a combinação de ambas as situações. O momento mais adequado para seu tratamento tem sido, há algum tempo, o centro de uma grande polêmica entre os pesquisadores. Antes da idade adulta, existem duas opções de conduta, a primeira seria executar uma primeira fase numa idade pré-puberal, na qual aparelhos extrabucais ou funcionais tentariam precocemente uma modificação do padrão de crescimento e, posteriomente, já na puberdade, dar continuidade ao tratmento com aparelhagem fixa (tratamento em duas fases). A segunda opção seria intervir em um único momento, que normalmente coincide com o surto de crescimento máximo (tratamento em uma fase). Mesmo não existindo um embasamento científico que corrobore a hipótese de superioridade do tratamento em duas fases, e apesar da forte polêmica que a questão levanta entre inúmeros pesquisadores, na literatura e também no meio profissional, atualmente, observa-se uma forte tendência de se indicar um tratamento precoce da Classe II. O objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão sobre o assunto, mostrando quais as razões que levam os autores a defender uma ou outra filosofia de tratamento, tentando, com isso, fornecer dados que possam auxiliar os profissionais a proceder com uma análise mais crítica sobre a questão.

Rationale for referring class II patients for early orthodontic treatment

A tendência de indicacão de tratamento precoce (antes de surto de crescimento) para casos de Classe II de Angle tem sido observada, embora não haja evidência científica para embasar tal decisão. O objetivo deste estudo foi identificar as vantagens e desvantagens da indicacão e quais aparelhos são usados no tratamento. Foram enviados questionários (n=192) com a documentacão completa de um paciente Classe II para dois professores de cada curso de especializacão em Ortodontia no Brasil, os quais 107 foram respondidos. Os resultados demonstraram que os aparelhos mais usados foram: Extra-oral (80,4 por cento), Thurow (50,0 por cento) e Bionator (44,4 por cento). Foram citados como maiores vantagens: aumento de auto-estima do paciente (78,5 por cento) e a reducão da incidência de trauma nos dentes incisivos (63,6 por cento), por outro lado a principal desvantagem citada foi a saturacão de cooperacão do paciente (73,8 por cento). Considerando o tratamento precoce de Classe II não houve o consenso se a correcão deveria ser realizada em duas ou em uma única fase e nem a selecão do aparelho a ser utilizado. Porém os ortodontistas deveriam levar em consideracão o estado psicológico do paciente, a severidade do caso clínico e a susceptibilidade a trauma dos incisivos superiores. É importante que os responsáveis sejam esclarecidos quanto à necessidade do tratamento precoce.

Traumatologia dentária: tratamento de incisivos anquilosados pós-reimplante / Dental traumatology: treatment of reimplanted ankylosed incisors

O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre o tratamento da avulsão dentária, enfatizando a abordagem indicada para os casos de anquilose e contínua reabsorção radicular, em diferentes idades. Se ocorrer infra-oclusão antes do surto de crescimento, com perdas graves no crescimento do processo alveolar e inclinação dos dentes vizinhos, indica-se a técnica "Decoronation". Esta consiste na remoção cirúrgica da coroa do dente anquilosado infraposicionado, aguardando a formação de novo osso marginal e ganho de altura óssea vertical pela reabsorção por substituição da raiz remanescente, criando melhores condições para a terapia ortodôntica, protética e com implantes

O uso do índice PAR na avaliação do padrão dos tratamentos ortodônticos realizados na Clínica de Ortodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro / The use of PAR index in assessing the outcome of the orthodontics treatments of the Orthodontic Clinic of Rio de Janeiro State University

A variação dos critérios utilizados por diferentes profissionais torna difícil a comparação entre os resultados do tratamento ortodôntico, especialmente para fins de pesquisa. O índice PAR (Peer Assessment Rating), criado na Inglaterra em 1987, parece suprir essa carência, tendo validade e reprodutibilidade comprovadas em diversos trabalhos publicados. Ele é usado para se analisar quantitativamente a má oclusão e o resultado do tratamento. No presente estudo, o índice PAR foi aplicado em modelos iniciais e finais de 212 pacientes consecutivos tratados na Clínica de Ortodontia da UERJ, com o objetivo de avaliar os resultados desses tratamentos. Através da comparação entre o valor inicial do índice com o obtido ao final da intervenção ortodôntica, avaliou-se o grau de sucesso alcançado. Os resultados demonstram que mais de 95 por cento dos casos apresentaram excelente resultado final, com redução acima de 70 por cento nos valores do índice PAR. Além disso, observou-se também que os casos que possuíam um alto valor inicial de PAR, mostraram uma maior quantidade de melhora

Inter-relação entre Ortodontia e disfunções têmporo-mandibulares / Relationship between orthodontic treatment and temporo-mandibular disfunction

A relação entre o tratamento ortodôntico e a incidência de disfunção da ATM (articulação Têmpero-Mandibular) é um tema bastante estudado. Porém, devido àas dificuldades de metodologia e o caráter multifatorial do problema, o assunto não está totalmente claro e muitas dúvidas ainda permanecem sem resposta. A proposta desse artigo é fazer uma revisão de literatura que eauxilie os ortodontistas e clínicos a avaliarem a relação entre a Ortodontia e a DTM (Disfunçção têmpero-Mandibular), baseados em evidências científicas que proporcionem informações suficientes para determinar uma relação plausível de causa e efeito